Deus dos delicados, não me abandone nessa guerra insana.
Minha máquina de ser beira a pane enquanto o veludo da voz
de Billie
lambe as paredes do lusco fusco.
Abençoe, senhor, tudo que dói em nós, indispensável.
As tardes despenteadas em Grumari,
as lágrimas do homem que me amou e nunca disse,
o negro agonizante sob o sol narcísico de Ipanema,
as crianças que tão cedo me deixaram farta de lágrimas e
leite.
Abençoe as escarpas da minha vida enquanto desenterro estas
palavras
- o carmim destas palavras - com as lascas afiadas da dor.
Sonho piscinas, atraída pelas labaredas.
Preciso dormir bem dentro das suas asas enormes, pai.
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