Eu posso ouvir o canto da alvorada,
No gorjear dos pássaros perdidos,
Roçando o vento, os plátanos despidos,
Na fria solidão da madrugada...
Meu pensamento vaga pela estrada,
Passando pelos vales ressequidos,
Desperta a bruma, os sonhos esquecidos,
Como quem chega ao fim de uma jornada...
E assim se fez meus dias, meus invernos,
Nas noites sem dormir, nos meus infernos,
Ruflando o peito em lúgubre agonia....
E no estuário em frente ao meu jazigo,
O canto do urutau chora comigo,
Na triste solidão que morre o dia...
Sérgio Márcio
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