Quando no outono das tardes sombrias,
Entre a caligem, nos gráceis abrigos,
Eu me recordo dos tempos antigos
De auras divinas, porém, fugidias...
Pelas soturnas ruelas esguias,
Na soledade dos ternos jazigos,
Jogo-me sobre os relvedos pascigos,
Molho teu leito de lágrimas frias...
Neste semoto moimento das dores,
Onde adormecem os nossos amores,
Desta fulgente e fugaz mocidade...
Ali, me perco e me encontro, em meus sonhos,
Na realidade dos tempos medonhos,
Nestes soturnos jardins da saudade...
Sérgio Márcio
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