terça-feira, 26 de dezembro de 2023

SONETO EMPOEIRADO


Nos museus, por todo o mundo afora,

nas sessões de antiguidades há sempre

a série sem fim (caixa de pandora)

de cumbucas ancestrais. Ele cumpre

a tradição, criança não demora:

nada de interessante nessas coisas,

naquelas cumbucas… Já nessa hora

eu só queria ver os tais sarcófagos.

Mas ao chegar em casa, hoje, jantei

com uma cumbuca de porcelana.

E, enfim, depois de uma eternidade, pensei:

Que coisas fabulosas são as cumbucas

ancestrais. Eu, você, os próprios neandertais

Comemos nas mesmas cumbucas, dos mesmos materiais. Vicente Valle

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