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A face impressa na folha.
As pálpebras dormentes
a saliva o pelo a ruga
infiltram o poema.
Palavras devoradas
na sórdida mesa com restos
de madrugada fria
unhas e fios de cabelo.
O lápis risca a raiz
a cal o caminho mais
curto até o raio de sol
incrustado na gelosia.
O que é meu está guardado:
coração sujo encouraçado
relógio tictaqueando insuspeito
no fundo de uma gaveta.
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João Lima
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segunda-feira, 14 de junho de 2010
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