In memoriam de Arnaldo V. Medeiros
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I.
Nas curvas do meu corpo
Tuas mãos tangem
Frêmitos pré-orgásticos
Tuas mãos abrem meu corpo
Para a entrada do teu
Tuas mãos
Donas do meu gozo
Cúmplices do meu desejo
II.
Meus lábios buscam teus beijos
E descem sôfregos atrás
Do jorro do teu corpo
Néctar do nosso desejo
III.
Nossa cama
Arena de nossos
Embates acrobáticos
Guarda os segredos
E o perfume
Do nosso amor
IV.
Dás à outra o que me pertence...
Uma sombra de culpa
Perpassou em teu olhar
Enquanto sussurravas: "perdoa".
Tuas mãos em concha colhem meus seios
E as brumas do ciúme e da mágoa
Esvaindo-se deixam ver
Teu membro hirto e fremente no qual monto
E num coito a galope
Tombo em teu peito arfante
Balbuciando: "amor, eu te perdoo".
V.
Nossos lábios presos num beijo ardente se separam
E tua língua, qual cobra ondulante, rasteja
Pelo meu corpo até a minha fenda aberta
Onde entra.
Teu membro pende qual teta enorme
Que empunho e, em movimentos rápidos de ordenha,
Faço jorrar teu sêmen que sugo
Com avidez.
Enquanto dois orgasmos
Violentos e simultâneos
Nos deixam semidesfalecidos.
VI.
Em fim.....
O casal de amantes
Entrelaçados com ternura
Seus desejos sexuais saciados
Sentem uma onda avassaladora
Invadir suas almas
De um profundo e imensurável amor.
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Marina V. Medeiros
Marina V. Medeiros é, na realidade, Marina Leão Teixeira Viriato de Medeiros. Viúva. 82 anos. Mãe de 8 filhos. Avó de 13 netos. Bisavó de um casal. Depois de viúva, resolveu botar por escrito as coisas que durante toda a vida pensou em escrever e não teve coragem.
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