Vento. Frio. Inverno. Tudo passa e aqui dentro um turbilhão
de emoções se constrói. Aquela menina temerosa está deixando esse coração em
busca de aconchego. Ela quer proteção, procura refúgio em um lugar aquecido por
carinho. Do lado de fora, os muros da cidade vão construindo a mulher de ferro.
Aquela que não tem medo, pavor ou temor. Mas por outro lado, não tem
sentimentos, ou pelo menos, os esconde muito bem para mim. Enquanto escrevo à
caminho da Escócia não vejo final feliz para ela. Perdida dentro de si mesma.
Parece tão obscuro o caminho que percorreu, a direção de sua vida. A mulher
refugiada aparece somente quando suas emoções vacilam. Ela sofre. Dentro dela o
inverno é constante e eu tenho vontade de acolher aquela menininha, mas tenho medo
do metal e dos espinhos que cercam a mulher.
Janeiro de 2014, em algum lugar em um trem no Reino Unido
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