Quando presto caminho
entre hortas de esmeralda e ferro
entes de toda uma vida,
cerram-me os passos e vão.
Estes que falam de teus olhos brancos
Estes que me falam de tua carnadura macia,
Levam na espádua um novelo
De tempo
espaçado entre teus membros
de cristal sanguíneo.
E horas há que o verde se desprende do limbo
antevendo a madureza da queda,
correndo entre teus dentes de água
e em teu sorriso, torso de cisne,
relembra os gomos de céu e sonho matutino.
Entes de toda uma vida.
E esta porção de choro, lida
sobre a copa lodosa
de um dedo lunar.
Há ali um parado excelente
reduzindo a vozes
a estrada perecível
de areia batida e coro de treva.
Há sementes de corpo
na flor cinza amara
A germinar rios de queratina.
E há na mão que expulsa
O cordão que dilata inda úmido
de susto. Veste o cílio
dos que de esguelha observam;
e vazado se elide
com um maço ígneo de pensamento
a ver pedaços de aurora.
Heitor de Lima
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