terça-feira, 26 de abril de 2016

Sem Censo


Basta!
Cantiga autocontida autorreferente por hora basta.
Os braços da terra sangram em sua reza ao astro tingido
Sangue do seio materno
O tambor sinaliza; Adrenalina
As armas estão postas e
Carne, unha, tinta.

Lama evita a rima obvia
O silencio constrange, Josué!
Chama o Chico e manda gritar:
“O metal pesado do Mangue invadiu o mundo! ”
Ainda segue o silencio de um Gutemberg deslinguado
Sem casco nem carapaça

Disfarça, liga o radio
Falso e hipotético futuro de sons.
O único que importa nos dias em que há sol
É o que morre em silencio
Hoje porem o mundo usa capuz

Olhos na criança
Com um bambolê no braço
Bambolê azul
Girando
Sem teto e sem deus ela vive
E já não tem credito na praça

Um mar de braços e círculos
Um ar rarefeito em que se respira facilmente
Sem colher de pau nas mãos
Somente os olhos abertos pro escuro

Tem remédio na prateleira e
Com uma simples receita
Pode-se dormir com os anjos
Uma existência coletiva numa chuva de pílulas.

Alex Maniezo

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