Presa bebendo o destino
no lago do olhar felino.
Ali, a fera babando
pelo encontro repentino
embriaga-se de estar.
Um silêncio adamantino
confundido com as folhas
se desprende, peregrino,
à presença. Devorá-la
com os lábios do intestino?
Foge o instinto. E imóvel,
treme a fera em desatino,
presa ao silêncio da presa,
fundo, em um olhar divino.
Entredevoradas, lambem
dos jasmins o clandestino.
E, assim, ferozes, se afogam
no que escapa, cristalino.
Leonardo Menezes
Nenhum comentário:
Postar um comentário