segunda-feira, 30 de julho de 2018

Com quantos poemas se faz uma prosa?


Mexo nos cantos, nas quinas, nas múltiplas moradas, quíntuplos quinquênios heroicos, em busca da revisão daquele texto hagiográfico que, por fim, colocará o ponto final em seu devido lugar. Habitam nos pentagramas elevados enclausuradas moradas alquímicas e poemas-apóstolos, avizinhados das dos das quintas dos infernos. Há buracos nas entrelinhas, pequenas estrelas entre as linhas... pontos-finais no princípio do texto-precipício, abismo. Há pautas poucas, mas suficientes - exquisito enquanto tal: é bom ou ruim? Convites à posteridade, tentativa vã de fazer presente eternidade. Dizer isso é como gritar da janela feito louca: habita em mim um grito abafado, de êxtase e cólera. Todos temos complexos, mas alguns simples. Nenhum se solve, nem resolve. Et coagula. Fala-se de entranhas, desejos e da superioridade da experiência cristã. A masturbação degenera o sistema nervoso. O retorno do recalcado. Tetralogia da miséria: o inefável nos seixos dos seios da mãe terra, que o aborta. Os outros dois volumes perdi de vista ou talvez meus olhos não sejam capazes de enxergar; hagiografias são pra gente grande, e eu não sou ninguém.

Rond Assis


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