quarta-feira, 1 de agosto de 2018

Descortinando a manhã


Paisagens claras
de uma luz
incomensurável
invadiam a forma
restrita do quarto
no qual descortinei
o teu corpo,

como quem
descortina
a si próprio,

como o sol
descortina a manhã,
como um galo busca,
através de seu canto
(que convida outros cantos),
fazer o dia nascer de
seu obscuro
mistério.

William Soares dos Santos




William Soares dos Santos (1972) é carioca, professor da UFRJ e escritor. Publicou Rarefeito (poesia) em 2015, Um Amor (contos) em 2016 e Poemas da meia-noite (e do meio-dia) em 2017. Este poema pode ser encontrado no mais recente dos três livros.


Nenhum comentário: