É só um poema
Não se exalte
– Nem se retraia! –
Na sua carapuça maravilhosa.
Melhor que um oi tudo bom,
Ou não, qualquer coisa
Grite alto
Morte aos poetas!
Provável que nem sobre si seja,
Perfeição não se descreve.
Certeza que é só a familiar angústia
Fuga do desejo que me apetece
Que nem desejo por ti é
Mas desejo do desejo
Ilusão de consumo
Da beleza.
Merda!
Quanta tinta gasto,
Quanto neurônio assassino,
Para dizer o de sempre,
Que tua juventude exuberante
É meu martírio de poeta.
Fazes o mais simples:
“Curtes”.
Tão bom receber versos
E calar.
Ser musa a se contemplar de longe
(Merci, arrivederci!)
Ou não.
Então grite...
(já sabes).
Bruno Mendonça
Bruno Macêdo Mendonça (ou Caio Lobo) nasceu em Recife/PE. É Colunista e Curador da Revista Philos, autor da coletânea de contos Trôpegos visionários (2016), bem como do romance Liberdade (2017), lançamentos da Editora Kazuá. Atualmente realiza Doutorado em Línguas Modernas: Culturas, Literaturas e Tradução, na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (Portugal). Página do escritor no Facebook: https://www.facebook.com/escritor.brunommendonca/?ref=settings. Instagram: @escritorbrunomendonca.
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