Do ápice do dia
a noite súbita:
o eclipse
da narcolepsia
Do ápice do dia
a guilhotina
da noite
sua lâmina exata
(a noite se dilata
nas pupilas
sob as pétalas
das pálpebras
vermelhas
das papoulas)
Do ápice do dia
a noite súbita:
íngua de luz
sob a língua
*
Na ânsia do açúcar
o olhar
caleidoscópico
das moscas
os músculos acesos
a explosão
telegráfica das asas
Sem jamais repousar
elas pousam
nosso olhar
ora ali
ora aqui
Que tramam as moscas
no esfregar de mãos?
O fogo primitivo
dos gravetos?
Que secretam do sol
Dissoluto do açúcar?
O sonho insone
o relâmpago
dos gestos:
obsessivos
os calidoscópios
copiosamente observam
Erick Monteiro Moraes
2 comentários:
Poema incríve!
Poema incrível! Adorei!
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