sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Panapaná, uma poesia de Raquel Naveira

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Já viram um panapaná?
É uma onda interminável de borboletas
Que pousam sobre o pântano fumegante,
Batendo as asas impacientes,
Sorvendo sais da lama,
Num desassossego
De seres que não cansam.

Já viram um panapaná?
As borboletas formam nuvens,
Miraculoso caudal
De pétalas alaranjadas,
Perdidas e ligeiras,
Em busca de flamas brilhantes.

Crisálidas,
Meninas aladas,
Espíritos viajantes,
Esvoaçam como almas saídas
De estranhas moradas.

Atravessei o panapaná:
Era um banhado,
Um brejo
Banhado de flores,
Virei fada
Do lado de lá.

Raquel Naveira


Panapaná é o mais gostoso dos coletivos e Raquel sabe muito bem disso! Raquel Naveira já publicou três textos no jornal Plástico Bolha. No momento, ela está em São Paulo, dando aulas na graduação da faculdade Anchieta e na pós-graduação do UNINOVE.

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