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O cristo redentor está cansado.
De braços abertos.
Numa mão o revólver apontando pra Zona Norte
e na outra apontando pra Zona Oeste.
Sorte daqueles
que sentem-se cariocas
quando tem no horizonte o Corcovado.
Já no interior da cidade do Rio de Janeiro,
onde não dá vista pra onda,
nem chega brisa nem maresia,
nem a luminosa decoração de natal da lagoa,
o cartão postal é a foto de uma corda
amarrada numa árvore,
que à título de turismo
deram o nome de Forca.
É ali que esses cariocas sabem-se no Rio.
Em outros mais profundos interiores,
onde nem se acha mais árvore para uma corda amarrar.
Apenas barro e poeira e homem,
ainda Rio de Janeiro,
sabem-se cariocas quando olham para um prego.
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Gabriel Pardal
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