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Cesse tudo que a musa canta
Que outro valor mais alto se levanta.
Camões
All art is quite useless.
Oscar wilde
Que outro valor mais alto se levanta.
Camões
All art is quite useless.
Oscar wilde
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Tive uma idéia para um poema
Um poema que há de por em questão
Tudo aquilo que se pensa e já se pensou
Sobre o mundo
E sobre a poesia
E sobre a arte em geral.
Tive uma idéia para um poema
Só falta escrevê-lo
Um poema que falará de uma coisa só
E falando dela falará de tudo.
Um poema que não falará de poesia
E por isso mesmo dirá mais do que qualquer outro poderia.
Tive uma idéia para um poema
Só falta escrevê-lo.
Vou fazer um poema sem disfarce
E sacudir a dura estrutura do mundo
Com graça e seriedade.
Com meu poema transcenderei tudo e todos
Trocarei esta minha forma efêmera
Pela imortalidade das idéias.
Meu poema me levará aonde nenhum homem
Nenhuma mulher
Jamais sonhou em ir.
Tive uma idéia para um poema
Só falta escrevê-lo.
Não quero mais saber do lirismo
Nem do modernismo
Nem do pós-modernismo
Nem do pós-pós-coisanenhuma.
Quero que minha poesia suma
Como algodão-doce na boca.
Minha poesia será leve como uma pluma
E terá a força de impossíveis tanques de guerra
E de cima deles, lá do alto, de braços abertos
Gritarei:
Abram-me todas as portas porque hei de passar!
Minha senha?
..............T.S. Eliot!
Mas não passo.
Sequer conheço a porta que quero abrir.
Estou perdido nos destroços, nas ruínas
Dessa cidade irreal.
Não tenho para onde ir.
(Tinha uma pedra...
mas uma pedra aonde,
Se não há nem caminho?)
Este meu poema,
A verdade é que este poema
Não vale coisa alguma.
Luíza Provedel
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.Tive uma idéia para um poema
Um poema que há de por em questão
Tudo aquilo que se pensa e já se pensou
Sobre o mundo
E sobre a poesia
E sobre a arte em geral.
Tive uma idéia para um poema
Só falta escrevê-lo
Um poema que falará de uma coisa só
E falando dela falará de tudo.
Um poema que não falará de poesia
E por isso mesmo dirá mais do que qualquer outro poderia.
Tive uma idéia para um poema
Só falta escrevê-lo.
Vou fazer um poema sem disfarce
E sacudir a dura estrutura do mundo
Com graça e seriedade.
Com meu poema transcenderei tudo e todos
Trocarei esta minha forma efêmera
Pela imortalidade das idéias.
Meu poema me levará aonde nenhum homem
Nenhuma mulher
Jamais sonhou em ir.
Tive uma idéia para um poema
Só falta escrevê-lo.
Não quero mais saber do lirismo
Nem do modernismo
Nem do pós-modernismo
Nem do pós-pós-coisanenhuma.
Quero que minha poesia suma
Como algodão-doce na boca.
Minha poesia será leve como uma pluma
E terá a força de impossíveis tanques de guerra
E de cima deles, lá do alto, de braços abertos
Gritarei:
Abram-me todas as portas porque hei de passar!
Minha senha?
..............T.S. Eliot!
Mas não passo.
Sequer conheço a porta que quero abrir.
Estou perdido nos destroços, nas ruínas
Dessa cidade irreal.
Não tenho para onde ir.
(Tinha uma pedra...
mas uma pedra aonde,
Se não há nem caminho?)
Este meu poema,
A verdade é que este poema
Não vale coisa alguma.
Luíza Provedel
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Luíza Provedel ficou em terceiro lugar na categoria "poesia" do Prêmio Paulo Britto, organizado pelo PET do departamento de Letras da PUC-Rio.
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