terça-feira, 7 de junho de 2011

As Tintas de Juraíma

Quando Juraíma nasceu,
as folhas eram pingos de sol,
as árvores eram pedras verdes
e o azul se inventava nas praias.
Em três dias Juraíma conheceu a terra vasta
e a noite guardada nos oceanos.
Ensinou o vento a correr,
tatuou estrelas nas costas de Deus.
Preguiçosa, sentou na beira de um rio.
Bebeu água, deitou, dormiu.
Então, os homens nasceram.
Fizeram palavras, fizeram cidades.

Hoje, repetem antigos gestos.
Quando repousam, Juraíma brinca com seus rostos:
Pinta-os de tempo, num desenho sutil e infinito.
Os homens despertam e nada percebem,
enquanto ela ri, baixinho, na beira do rio.

Paloma Espínola



Paloma Espínola, além de poeta também é cantora e já publicou diversos textos no Plástico Bolha, entre eles O que tem de ser tem muita força.

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