uma casca
de ferida
tampa morta
da dor
agarra um
fio de pele
uma hora
esconde
outra hora
exibe
o que pulsa
por baixo e por dentro de mim
nessa dança
mórbida
de compasso
de pele pendurada
o corpo sua
uma gota
não de
suor, mas de sangue
que escorre
peito abaixo
e me
desenha caminhos
rubros e
imprevisíveis
perdida
nesses traçados
descubro-me
corajosa:
com a força
de um suspiro
e de um
dedo indicador
arranco a
casca da ferida
em um
segundo acabo
com tudo
aquilo que baila
a dor de
uma valsa podre
e assim,
renovada
invento
outra levada
para passos
de cicatriz.
Martha Lopes
Martha Lopes é leitora-colaborado do jornal Plástico Bolha da cidade de São Paulo - SP.
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