quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Poema inédito de João Ayres

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eu canto o silêncio
que roça o que não sei
os nomes todos perdidos
na inconsciência da hora escura
como quem jamais sabe
para que lado o vento sopra
como qualquer pronome indefinido
nesta terra de ninguém.
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eu canto o animal morto
por qualquer caçador sanguinário
que esteja a beber contente
o sangue da vitória no abandono
no delírio constante de um louco suicida
que esteja a devorar as entranhas de um porco.
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João Ayres

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