Verdade seja dita,
gostaria que ela
me desbeijasse,
transformasse-me de volta
no sapo que eu era
e criatura feliz
naquele pequeno lago
no Tennessee.
O que posso dizer?
Devolva-me as noites
quando desafiei a lua,
gorda e redonda,
a descer
e nadar nua
até a alvorada.
Esses calções de veludo,
o alvoroço que saúda
minhas aulas de canto,
a fanfarra que soa
quando engulo mosquitos,
nada aqui se compara
àqueles momentos
em que ela despia o manto,
testava a água
com os dedos do pé
e afundava, prateando
o lago escuro
e nadava ao som
do barítono retumbante
do meu gracioso grasnido.
.
Tradução de Luisa Noronha para o poema The Prince's Soliloquy, de Ricardo Sternberg. Realizada com a supervisão do professor e tradutor Paulo Henriques Britto.
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