quinta-feira, 20 de março de 2014

Vala



uma carne apodreceu escondida
na vala, cova úmida, onde
olhudos e frios
os sapos fodem

carcaça inflada
encalhada na terra
como desgraça e espera
das feridas abertas.

não há boca que denuncie
a cena. Grite o som
dos furos que
espalham a morte

falta socorro a justiça do
cheiro que suja a mata
a pele faz a casa dos ascos
queima e molha

orgânico
decompõe a mesa bandida
história sem saída, humana
perdida.

Hanna Halm

Um comentário:

Luluka disse...

Muito bom, parabéns Hanna ! ;D