Atravesso um daqueles dias sufocantes,
Em que me faltam o chão e o ar,
e não há nada para se apegar,
o caminho a traçar,
um lugar para chorar,
nem medalhas para ostentar
Ando pela rua à procura de um olhar
preciso, profundo, próprio
que busco em inúmeras investidas
diretas, dramáticas, dóceis
Pedindo em silêncio um instante...
Solene manhã chuvosa de dezembro
instável por natureza, intempestiva
coberta por olhares rancorosos,
corpos enrijecidos pela leve brisa
e mãos que congelam com um só toque
Tendo então somente palavras
como armas para um exército
Defendo-me por todos os lados
somente com sentimentos escritos
Sufoca-te poeta, sufoca-te
Anderson Estevan
Poema publicado originalmente no livro Cores primárias (Futurarte). Anderson Estevan é leitor-colaborador do Plástico Bolha e tem outros textos publicados em nosso blog!!
Poema publicado originalmente no livro Cores primárias (Futurarte). Anderson Estevan é leitor-colaborador do Plástico Bolha e tem outros textos publicados em nosso blog!!
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