I
Há lembranças que chegam com o silêncio – trazidas
pelos meus mortos que – volta & meia – se atrevem
em meu jantar
(sabemos – querida irmã – pois as deixamos esquecidas
dentro de nossos olhos & de nossos armários de incoerências).
II
A solidão chega pelos espelhos cavos & em nuances
doentias que se decompõem na bruma
& nos brincos-de-princesa.
III
É madrugada agora!
Sentado no alpendre do apartamento fico a ver navios
(lembrando deusas – travestidas de brisa
dimanando [esplêndidas] pelo rio).
IV
Meu pai dizia
que a morte desce dos quadros distendidos em
paredões de envelhecidos
casarios portugueses
doBoulevard Castilho França
& evaporam [solenes] defronte ao Solar da Beira.
(assim – cara irmãzinha – adormeço
para ver se os querubins sobrevoam minha cabeça
de pedra).
Marven Junius Franklin
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