quarta-feira, 14 de novembro de 2018

Nuances de um fascismo destruidor


Jair Messias Bolsonaro (PSL) é candidato à presidência que atingiu um grande número de eleitores por meio dos seus discursos de ódio. Ele reproduz o “nacionalismo” exacerbado na sua campanha, mas o único bem nacional que consegue defender é o próprio bolso e o das grandes corporações que o rodeiam. Bolsonaro é tido como a salvação para os (des)credores do sistema político democrático, como a voz que salvará o Brasil. E, nessa falácia, defende de “pé junto” a privatização do maior bem natural herdado pelo país: a Floresta Amazônica.

Estima-se que a cada uma hora, o Brasil perca cerca de 128 campos de futebol de floresta que são destruídos. Só na Amazônia, entre agosto de 2017 e julho deste ano, houve crescimento exponencial do desmatamento, com pico 39% maior do que o do período anterior. O que consta em destruição de 4 mil quilômetros quadrados de florestas, equivalente à 13 vezes o tamanho da cidade de Belo Horizonte.

O motivo desse desmatamento todo se dá a partir da ambição capitalista e a sua sede por desenvolvimento. E, sob essa lógica, não é pensado as consequências causadas ao meio ambiente e às populações, que são tachadas às injustiças ambientais. De outro modo, porém, é acolhido a ideia do uso de recursos naturais para o reatamento da economia, e promoção do crescimento do PIB nacional. Mas este processo com certeza não é o único, mais eficaz e nem faz parte dos planos do governo Bolsonaro.

Os números indicadores de perda das florestas não são interpretados pelo candidato e o Partido Social Liberal (PSL). Eles ignoram a extensão territorial, bonita em riquezas naturais e fonte de matrizes energéticas para o futuro do Brasil e do mundo. Querem acabar com as áreas de proteção à florestas tropicais e transformá-las em terras para o agronegócio, materializando a alta exploração sem nem sequer gerar lucros para o país, já que as principais empresas a se aproveitarem disso serão as norte-americanas.

Ademais, os ataques não param por aí, continuam através das projeções fascistas de Bolsonaro. Ele pretende unir Ministério do Meio Ambiente e Ministério da Agricultura, que são dois pólos totalmente diferentes, em pensamento e ações. É a contramão do afeto pela natureza. É a inconstitucionalidade sendo pretendida “por baixo dos panos”. O artigo 225 da Constituição Federal estabelece como direito dos brasileiros o equilíbrio ecológico do meio ambiente, para uma qualidade de vida sadia, e institui como dever a defesa deste meio ambiente para que ele não se perca até futuras gerações.

E se quem representará o país foge da constitucionalidade, o que isso significa para o eleitorado? Significa que a falta de consciência ambiental é totalmente ligada à falta de consciência política. As pessoas estão indo às urnas expressar a sua indiferença à Floresta Amazônica através de dois dígitos. As pessoas estão indo às urnas vestidas de ódio e prontas para matar um sem-número de fauna, flora e de pessoas indígenas, quilombolas, ribeirinhos e outras comunidades tradicionais amazonenses.

Portanto, é preciso reconhecer o próprio país, para posteriormente escolher um bom candidato para representá-lo. Não se devendo ir às urnas na esperança de uma mudança radical, sem conhecer o tipo de mudança que o candidato estará propondo. Isso é desleal à nós mesmos e aos nossos ideais. É preciso pensar um Brasil em conjunto às suas especificidades. Diante disso, vistam-se de verde na hora de votar para presidente no segundo turno, e lembrem-se do significado que essa cor carrega na bandeira do nosso país. Recusando-se sempre de colocar máscaras de ódio, pois essas sabemos que não fazem parte de vocês.

Diego Casemiro

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