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Tem uma força forte que me prende ao chão desta minha casa.
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Como um apaixonado deita em cima do seu objeto de paixão, eu deito sobre a minha cama ou me estendo pelo chão, fazendo uma verdadeira ode existencial à vida horizontal. Me deleito ao sentir o roçar das almofadas de veludo entre as coxas, ou ao perceber o quão macios são os travesseiros de penas.
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Ao ler, estudar ou jogar videogame, fico sempre de bruços, com a barriga apoiada no chão. Quando tomo banho, sento no box e lavo a cabeça deixando a água do chuveiro cair em minha barriga.
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Outro dia eu resolvi sair de casa, estava com muita saudade das gaivotas da praia e pretendia me estender até lá para vê-las voarem em V.
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Me vesti como sempre, sentada no chão, primeiro uma perna depois a outra, levantando os quadris, apoiada nos ombros e pés. Coloco calça depois blusa.
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Após calçar os sapatos, na intenção de me levantar para abrir a fechadura de cima da porta, caio desajeitosamente, o que me rende uma enorme fenda sanguinolenta na testa. Passada a tonteira, faço uma nova tentativa e me rendo.
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Parece que desaprendi de andar.
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Marcela Sperandio Rosa estuda filosofia na PUC-Rio; participa do Coral da PUC; é vocalista da banda Spllash!; e já publicou diversos textos no Plástico Bolha. Quem quiser pode conferir o seu MySpace, ou então um ou outro vídeo das suas apresentações no palco que estão no YouTube
4 comentários:
Que isso hein
Ritmo Frénético de postagens
Show
Nada melhor do que deitar no chão e passar horas pensando na vida. Pode ser também na areia da praia, no gramado...
muuuito bom!!!!
tá demais esse blog!
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