terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Defesa do Amor de Cleo e Toni

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Mote: Para ambos, o suicídio não foi pecado, mas castigo.



O que seria o suspiro
Sem ter por quem suspirar?

Contra a solidão conspiro
A favor de suplicar
O perdão para o casal
Que junto permaneceu
No pecado mais mortal.

Conhecemos Prometeu
Cujo fogo tem trazido
Não só a sabedoria
Para humanos mais franzinos,
Mas também a orgia
Para os mais desinibidos.

Já diante dos seus olhos
Senhores do júri, eu rogo:
Lembrem de Cleo como era,
Que maldição ser tão bela!
Concedam o seu perdão,
Que Toni já tem sofrido
De embriaguez de paixão:

Enquanto trocavam beijos
Era um colar com calor
Línguas loucas de tremor,
Seios duros como seixos
Apertados contra o peito
Muito antes de no leito
Consumarem seu amor.

Para as criaturas digo:
Não há pior castigo!

Como pena alternativa
Que eles juntos permaneçam
Como os dois eram em vida
Pois que ambos só mereçam
O veneno que os matou.

Pior pecado seria
viver como quem nunca amou.

Renan Mendonça


Vitória mostra sua poesia com Renan Mendonça Ferreira, nosso primeiro leitor capixaba a enviar um texto. Segundo ele, o poema seria uma defesa póstuma do amor de Cleópatra e Marco Antônio. Renan é estudante de Letras pela instituição Pitágoras e formado em Comunicação Social pela FAESA.

2 comentários:

Luciana Wendling disse...

Renan, seu poema brilha.
Luciana Wendling

Renan disse...

Obrigado, Luciana!

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