“Tudo é exílio. Tudo, exceto a
poesia"
Dante Milano
um passarinho
(sistema singular)
é um voo sem palavras
- não pertence ao
poema –
mantém-se estranho
daí ao caçá-lo
querer sê-lo;
e me aplumo
no poema
o voo que só é
sendo
às asas não se diz
- nós é que estamos
dizendo
(colecionamos
pássaros mortos)
o pássaro não se
interroga
não se publica
não se pertence
tal qual o poema
que se pretende
voo em outras asas
mas vale a ele se
ater
no que dele tenho
e a ele não posso me
ter
nos resta então este
jogo,
um voo do escrito:
entre o que me deixo
passarinho
permanecido
e o que minhas asas
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