Amar é muito mais do que amar a pessoa amada. É amar tudo o
que nos cerca e, de repente, prestar atenção ao lado positivo das coisas,
enxergando além dos contornos. É se sentir tão bem que a alacridade escapa ao
nosso corpo, por mais que tentemos contê-la ou dissimulá-la, ecoa pelos nossos
sorrisos, brilha pelos nossos olhos e flui através da nossa felicidade.
Escancara-se, desavergonhada, em tudo o que fazemos e ameaça contaminar quem
estiver por perto. Essa alegria vem embalada em todo um entusiasmo incapaz de
ser refreado, um júbilo que preenche, domina, sublima. E então somos jovens
novamente. Não importa se estamos no meio, no início ou no fim da vida: somos
jovens. Não há intenção, explicação, discriminação. Um raio de luz nos atinge
de repente e uma vivacidade pueril nos deixa, relutante, estúpida e
descaradamente de bem com o mundo. Imersas em uma beleza magistral, todas as
insignificâncias circundantes, subitamente, se tornam perceptíveis e
interessantes.
A alegria é o ímpeto de ser feliz falando mais alto, a
poesia da vida que se materializa e transborda em explosões extáticas de
maravilha e encantamento, deixando transparecer o nosso lado mais sonhador. A
vida que escondíamos dentro de nós extravasa para a realidade e transforma dias
comuns em fábulas deslumbrantes das quais sempre nos lembraremos sem nem bem
saber o porquê. Dias diferentes o suficiente para se fazerem notar. Diferentes
não por causa do tempo, da estação ou de qualquer coisa relacionada ao
calendário, mas por nós.
Lembraremo-nos dos dias que desperdiçamos brincando pela
simples liberdade de fazê-lo ou perdemos refletindo, displicentes, sem jamais
chegar a uma conclusão inteligível. Pensaremos justamente nos dias que passamos
sem fazer nada, não por falta do que fazer, mas por falta de algo melhor para
fazer. E, em verdade, é realmente difícil achar algo melhor a fazer do que
aquilo que nos faz bem. Ser feliz, genuína e inegavelmente feliz, não é perder
tempo, ao contrário, é otimizá-lo. Felicidade por felicidade, sem motivo algum
- e, no entanto, por todos os motivos -, é a autêntica joie de vivre.
Bruna Romeu
Bruna Romeu é nossa leitora-colaboradora, e tem outros textos publicados aqui no blog!
Bruna Romeu
Bruna Romeu é nossa leitora-colaboradora, e tem outros textos publicados aqui no blog!
2 comentários:
"O tempo que você gosta de perder não é tempo perdido."
A felicidade, a alegria de viver transforma os dias mais comuns, mais crus e entediantes em dias maravilhosos e extraordinários, sem que haja nenhuma alteração substancial na sua rotina. Diante de um bom humor, tudo parece mais vivo e mais bonito. O que antes parecia feio e sem brilho se torna uma joia rara, e carrancas se dissolvem em sorrisos em face desse novo olhar. E o amor, o sentimento de amar e ser amado, noas trás essa alegria e otimismo como poucas outras coisas na vida.
Lindo texto, J! Realmente inspirador.
"O tempo que você gosta de perder não é tempo perdido."
A felicidade, a alegria de viver transforma os dias mais comuns, mais crus e entediantes em dias maravilhosos e extraordinários, sem que haja nenhuma alteração substancial na sua rotina. Diante de um bom humor, tudo parece mais vivo e mais bonito. O que antes parecia feio e sem brilho se torna uma joia rara, e carrancas se dissolvem em sorrisos em face desse novo olhar. E o amor, o sentimento de amar e ser amado, noas trás essa alegria e otimismo como poucas outras coisas na vida.
Lindo texto, J! Realmente inspirador.
Postar um comentário