quinta-feira, 1 de maio de 2014

Delírio


Íntimo,
Doce veneno
Singelo Engodo
Soco no vazio.
Deixe-me ir
E podem vir
Pois distingo
Pés desnudos do medo
Quadro por quadro,
Foto por foto,
Texto por texto:
Eis que surge o rolo de filme
Do ser que se reconhece em si mesmo,
O vindouro e próprio desejo.
Inverno ou outono,
Pós de vidros vermelhos...
Muitos jugos
Zero ou nove,
Importo-me com conceitos?
Nulo e positivo
Tudo tem um jeito
Distorço, recorto, envolvo
Engole e eu devolvo.
Oremos.
Devoro e recuo
Vendo pio d'ouro modesto!
Que medo!
E em frente, no monte esquecido
Deem lírios
E em mim, no cerne esquecido
Delírios!
Quero enquanto sou,
Eis meu design
E filosófico espelho.
Ser enquanto ser,
Ser por devir,
Ser por eterno retorno.
Sem show,
Sem riso,
Sem medo!
Descoberto, eu-lírico sou.

Lia Ferreira

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