sexta-feira, 14 de junho de 2024

Uma Écfrase de Victor Augusto




Glorioso pintor Di,
O que dizer do que me dizes?
Te conheci por Glauber Rocha
Por Marília, Lucas, também Ives.
Ouço a poesia que inspiras,
Vejo o Brasil que tu pintaste.
No teu enterro, diz sua família,
Teu amigo foi um traste.
Mas me causou agitação
Ver sua obra ser narrada,
Me causou inquietação
Ouvir tais versos de tua estrada
Das mulheres de Paris
Da tequila mexicana,
Sabendo que a mais bonita
Mais parece uma baiana.
Sou teu amigo de Brasil
E malandro não me engana.
Soube dos atos de vandalismo?
Os vândalos pegaram cana
Depois do antipatriotismo,
Depois de rasgarem o teu quadro.
Hoje, são eles, caro Di,
Que veem o sol nascer quadrado.
Há na presidência um brasileiro
Parece saído de suas pinturas.
Acredite, Di Cavalcanti,
Houve amor, mas muita luta,
O povo não entendeu
O valor dos tons pintados,
Talvez não soube apreciar
O valor do teu legado.
Mas respiro o aroma colorido
Da arte tua, dos teus amigos,
Agradeço por apreciar
E ter na memória eles comigo,
Ser fruto da tua semente
É nascer na atualidade.
Os infelizes, reacionários
Cairão antes cedo
Do que tarde.


Victor Augusto

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