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Como o lavrador espera
O rico fruto do solo
Conformado, paciente,
Assim eu não sou, me angustio.
Como o pescador aguarda,
Silente, o peixe morder,
Respeitoso, resignado,
Assim eu não sou, me atormento.
Como a terra, confiante,
Recebe as últimas chuvas,
Penhorada, reverente
Assim eu não sou, me incomodo.
Como a noite, destemida
Se guarda para o amanhã,
Reluzente, luminosa
Assim eu não sou, me amarguro.
De que riem? Não é chiste.
Se as noites são alegres,
As manhãs são tristes.
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Marilena Moraes
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2 comentários:
lindo!!!
beijos
Lê Katz
Belo poema: me angustio, me inquieto, me amarguro... Assim eu também sou!
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