A velhice mora nos cabelos
brancos,
mas também nos olhares distantes de saudade,
onde os ossos já viveram demais
e os corações já sofreram mais do que deveriam.
Vive dentro de cada solidão e angústia
que passa o corpo e a alma e a falta de
melanina na cabeça;
e a falta de mielina nos neurônios
Vive dentro dos sentimentos que passam calados
e dizem mais do que qualquer grito extirpado
e forte; dizem mais do que qualquer outra coisa,
dizem mais do que minha poesia um dia quis dizer
Um olhar longe, de pedra, lacrimejante,
com todas as histórias e todos os instantes
que um ser humano velho pode contar;
todas as angústias.
A velhice mora nos cabelos loucos,
mas também nas dores do corpo,
nas dores da alma;
nas lembranças amassadas dos diários,
nas poesias desgraçadas de uma vida
Mora longe essa saudade, e traz a velhice ao seu lado,
dá as mãos e carrega a solidão dia e noite
e espera a Catarata se alastrar
e espera o Alzheimer se mostrar
mas o amor, que hoje, velho, é solidão,
nunca morre, nunca finda, nos define:
homens de cabelos brancos, olhares distantes
e almas uivantes na solidão muda.
Galego é leitor-colaborador do Plástico Bolha da cidade de Salvador - BA, e tem outros textos publicados no blog do PB!
2 comentários:
Lindo!!
Você tem futuro, achei esse texto filosófico, e nos remetem a reflexão.
Quero ver outras...Parabéns!
Genial
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