Às vezes, temos de seguir em frente.
Solta a mão. Desfaz o abraço. Desapega.
Uma sombra aponta nosso futuro.
Como Creúsa libertando Eneias,
O passado nos liberta. Hesitamos.
Creúsa ficando ao fogo de Tróia,
Para Eneias poder seguir em frente.
Em nosso peito a mágoa que acorrenta.
Sentimos a dor de Eneias o deserto.
Sozinhos, carregando uma lembrança
E a promessa de um distante destino.
Queimaram nossa cidade. Pra trás
Ficaram nossos amores. Em frente
Seguimos. Uma luz cinérea brilha
Em nosso peito e preludia uma Lua
Nova. O futuro, esse feixe de luz
Pequeno, dentro do presente escuro;
Uma rosa que nos cresce lá dentro
E que somente floresce depois,
Depois de fincar todos seus espinhos.
Alexandre Bruno Tinelli
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