terça-feira, 11 de novembro de 2014
Ode a uma puta
Que mistérios esconde o sexo da história?
A mãe de todos os poetas
Musa do sol da tarde dourada
É a puta que se investe contra todos
Na pálida e arrependida madrugada
Fétida vagina aquecida
Que repousei para dormir
Entre seus enmelecados lábios, aparecida
Me olhava, mas não conseguia sorrir
Sabia que a noite a havia de engolir
Não era de corpo
De ninguém
Vivia exclusivamente do porvir
E de nada mais além
Ama os mais belos amores
Acaricia pubianos deleites
Sabia que eram das dores
Que seu destino daria o aceite
Descobriu-se mito da mitologia da modernidade
Afetos despidos de qualquer idade
Sabia que era santa
Mas não rezava com palavras
Rezava através dos amantes
Rezava através das dadas
Era mais antiga que o cristianismo
Mas não sabia o que era o tempo
Suas horas se mediam de outra maneira
...
Porém uma frase que trouxe segurança
A tropeçada puta
Experimentada puta
Desarrumada puta
Que jamais seria iluminada
Musa do sol da tarde
Encarando a madrugada
Via-se novamente
Limpando a boca seca de baba.
Lior Zalis
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