sábado, 20 de janeiro de 2018

Beleza Assassinada


Primeiro ele veio com as mãos se punho
Depois os punhos cresceram

Aí ele beijou sem boca
Depois que a boca calava

Mais tarde ele cortou as palavras
E esqueceu do lamento
Por isso ele voltou e arrebentou o pescoço

Depois de rezado o terço da mulher que esvaia

Ele sangrou os dentes que mordiam os dedos
Apagando a aurora que se fantasiava de curvas

Aí ele pagou a conta e deixou trocados os Ombros as pálpebras e as pernas da moça
Não conformado voltou para devorar os Seios
E acabou cortando aos pedaços os olhos e os Sonhos que haviam

No início ele preferia os drinks os vestidos curtos vermelhos
Mas no fim
Ele sempre se armava de ódio inveja e tormento

Passou a tarde a noite o dia inteiro
Pensando em levar suas metades em sacos de plásticos

Mas já tinha gasto sua força estrangulando cabelos

Depois do almoço olhava atento e sorria sem Paredes
Havia calado para sempre sua imagem Impossível
Tomou um café fumou um cigarro e dormiu

Fernando Atallaia

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