sexta-feira, 22 de maio de 2009

Em cinza, um poema de Laura Assis

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Espaços contigo.
Doces como caminhos
que nunca serão construídos.

— Dias viraram noites,
clarearam dias e
se tornaram noites
que amanheceram.

Verbos medidos.
Ânsia se afoga
no timbre do que eu não digo.

— Palavras queriam ações
mas não eram ações
foram palavras
e aconteceram.

Amoldam-se os cantos.
Deságuam no branco
do meu traçado sem plano.

— Versos que criaram olhos,
escreveram pele
e te sentiram
não se perderam.

Ouvir de você
as três palavras.
Clichês.

Desfaço em medula
o corpo do seu desejo
sem ver.

Amanhã saberemos:
o mundo é tão maior.
.
Laura Assis
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