quarta-feira, 27 de maio de 2009

Esperança, novo poema de Raquel Naveira

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Estou grávida de futuro,
Como alguém que vai à cartomante
E ouve tudo que deseja.
A esperança tomou conta de mim
Em ondas verdes,
Diante de mar tão amplo,
Desmaio de sede.
Esperança violenta,
Se eu fosse virgem,
De repente teria me tornado mulher,
Noiva que cai nos braços da morte.
Esperança de transpor a porta do céu,
Tão estreita,
Tão fechada
Por gonzos de prata.
Esperança de ser quem sou:
Semente de mostarda
Que virou árvore,
Embora tarde.
Sobre o abismo,
Essa ponte,
Esse pilar,
Esse poder,
Caminho
E espero.
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Raquel Naveira
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