quinta-feira, 19 de novembro de 2009

A última vez ninguém esquece

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Ah! corpo de lâminas
Que cortou minhas purezas
Que no balançar da cama de espada
Torturou-me, encheu me de sangue
Gotas de um céu feito de ilusões
Caiam do meu dorso
De tanto prazer
Tua loucura me envaidecia
Molhava-me de gemidos
Eram gritos que ecoavam
Da tua espúria boca
que de perversão me transbordou
Nix de tom escureceu o Hades
O inferno que selou nosso ato
Beijos afagadores
Abraços asfixiantes
A gota de lágrima
Em forma de vidro
Se quebrou, refletiu seu pensar
Vi que bastava,
Seria nossa última
Aproveitei ao máximo
Oh! corpo de lâminas
Sangrou minh'alma
Cicatrizes ficarão
Soando pelos trovadores
Dando atmosfera
À consumada orgia
Muito melhor que a primeira
A pérfida primeira vez
O ato me consumiu
Sangrei, satisfiz-me
Essa última
Jamais esquecerei.
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Ronald Fontinelle
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Um comentário:

Sebastião Ribeiro disse...

boníssimo ronald!
poema intenso e novo.