A forma quase hipnótica do encaracolar das ondas respinga gotículas de algo momentaneamente grandioso. Girando, engolindo tudo para si. Um redemoinho espiral, assustador e natural. Se Machado temia a indagável ressaca, quem sou eu para não ouvi-lo?
Olho em volta. Como se a imensidão já não fosse solitária o suficiente, pequenos borrões mostram o que os olhos não enxergam com nitidez. Talvez não seja tão solitário. E como o estatelar de um vidro, o ciclo recomeça. A espuma chega com o quase tilintar do resto de pélago e mostra a doçura dos pequenos chiados. Apaixonantes e inegáveis. E quem dera eu pudesse ser a própria ressaca. Recomeçar a cada batida na areia, engolir e atrair tudo para mim.
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