Sou uma tágide,
Ninfa do Tejo,Cantada pelo Poeta,
Nereida que nada no rio,
Desci da Espanha
Num caudal imenso
Até chegar ao mar de Portugal.
Sou uma tágide,
Ninfa do Tejo,
O meu desejo é inspirar o Poeta,
Dar-lhe som alto,
Sublimado,
Estilo solene
De quem toca com fúria
E sem pejo
Um saxofone de ouro.
Sou uma tágide
Ninfa do Tejo,
Vejo pinhais e carvalhos,
Montanhas pelas margens,
Passo por pontes,
Docas,
Paquetes
Até o estuário
Onde pássaros gigantes
Fazem ninhos
Em estranhos ramalhetes.
Sou uma tágide,
Ninfa do Tejo,
Noiva e sereia,
Rosa e areia,
Embora ninguém ouça minha voz
Latejo ainda,
Oculta em ondas
Como as naus e as caravelas
Que partiram
Rumo à foz.
Sou Tágide,
Ninfa do Tejo,
Consolidei tua obra, Poeta.
Raquel Naveira
Nenhum comentário:
Postar um comentário