quarta-feira, 13 de setembro de 2023

Um poema de Isabelly Gama

cavo no fundo de mim mesma as palavras como uma mina de dicionários próprios a ser explorada 

encontro vocabulários brutos 

garimpo as melhores sílabas 

prontas pra uma métrica sem ritmo vasculho as palavras inventadas as locuções desregradas 

o verso inexistente 

escavo 

perfuro 

raspo as paredes de mim 

me arranho na esperança de ter uma mísera poesia debaixo das minhas unhas

Isabelly Gama

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