Ficaremos aqui.
Essa foi a recomendação deles.
(olha ao redor)
Ouço barulhos desse lado. Ouço tudo mas não ouço nada quando
tento enxergar.
Certa vez eu ouvi de um conhecido que quando não se enxerga,
não se ouve. Tem cabimento nisso será?
Tem lógica ao espaço em que percorremos, a rotina que nos
prende, ao conformismo de ser alguém qualificado quando se chega ao um espaço
como esse, branco-cego-surdo?
Acabei de pensar nisso:
O HOMEM É O ÚNICO ANIMAL QUE COMPRA
O HOMEM É O ÚNICO ANIMAL QUE MENTE
O HOMEM É O ÚNICO ANIMAL QUE SENTE, FALA E REQUER RESPOSTAS
Estou começando a gostar desse espaço.
Eu tenho minhas memórias. Eu sei que sou que sou eu que
estou aqui, que estamos num espaço não definido, num ambiente em que não sei se
vou poder voltar ao mundo real.
Eu ainda ouço música ao lado.
Posso até meditar!!!!!
Parece um sonho que sempre tive desde que era criança,
quando fechava os olhos e me via num espaço branco numa imensidão anulada. Mas
isso não é sonho; cheguei, abri os olhos, e calmamente percebi que isto parece
um sonho mas não é exatamente como me sentia antigamente.
Tem cheiro, mesmo não sabendo qual é
Tem uma paz, mesmo eu sendo sozinho
Tem cabimento? Acho que no momento tem.
Tem um tempo que chego a imaginar que todos me olham, mas
não preciso ter a necessidade de poder estar conectado ao olhar externo de
vidas completas, de vidas cheias de memórias como a minha.
Isto é branco, é sem dimensão mas é com objetivo.
Qual é esse objetivo? -Eu não sei.
O que eu for criar, será feito, e o que será feito, será
lembrado pelo os que passarem aqui.
Aonde é aqui?
- É quando se fecha os olhos.
Luan Carlos Machado é leitor-colaborador do Plástico Bolha e tem mais textos publicados em nosso blog!
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