Eu gosto de tomar café com leite.
Eu não adoro o café quando puro,
Sem o leite, fico menos seguro.
Já com o branquinho, é puro deleite.
Minha musa agora é o tal do azeite.
Isto é a pura verdade, lhe juro.
Se não, o poeminha seria obscuro.
Mas o que quero é puro enfeite.
A verdade é que já não sinto gosto.
Já não mais enxergo o seu puro rosto.
Sou velho. Sem olho, sem paladar.
Já vem chegando o seguro agosto.
No qual encontro por fim meu encosto.
Puro pó e osso. Fora do radar.
Vicente Valle
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