terça-feira, 24 de outubro de 2023

SONETO SEM SEDATIVO


Quem disse que meu nome é Zeferina?

Quem foi que escangalhou meu guarda-chuva?

A tâmara é mais doce do que a uva.

A mãe do cafetão é a cafetina.


Confete, fantasia e serpentina.

Comeram as tulipas as juruvas.

Não cabe um urinol num porta-luvas.

O nada é como um tudo que termina.


Que mais? Não terminou este soneto,

E já a inspiração pediu penico.

O metro é uma prisão, uma pedreira.


O filho do teu filho: eis o teu neto.

Nasci em Niterói, mas lá não fico.

E agora concluí a brincadeira.

Zilka Vasconcelos

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