São os olhos
Olhos vermelhos
Olhos irônicos
Olhos de todos
Te elevam
Observam a sua ascensão
Brilham para você
Piscam, observam, brilham, mentem.
Te atingem
Lançam flechas em suas costas
Te puxam, prendem, e derrubam
Flechas lançadas em tons de verde.
Te afundam
Brilham novamente
Mas não para você
Brilham à luz do fracasso.
São os dedos
Dedos podres
Dedos afiados
Dedos de todos
Te elevam
Apontam para cima
Te carregam
Afagam, apontam, carregam, iludem
Te atingem
Apontam para você
E disparam
O acusam, de baixo para cima.
Te afundam
Aqueles que o levantaram
O apontam para baixo,
E acompanham a sua queda.
São os dentes
Dentes sujos
Dentes famintos
Dentes de todos
Te elevam
Se mostram para você
Refletem o seu sucesso
Exaltam, se mostram, refletem, julgam
Te atingem
Fincam na tua carne
O verdadeiro sentimento
Que não reflete a quem os vê.
Te afundam
Se mostram para você
Irônicos e verborrágicos
Fortalecem o seu enfraquecer
Olhos de todos
Dedos de todos
Dentes de todos
Seus, apenas seus.
Monteiro de Castro
Nenhum comentário:
Postar um comentário