A busca do homem é
sempre incansável
É sempre questionadora
É Sempre destruidora
É sempre renovadora...
A esperança que se
cria,
Gera dentro de nós,
homens-sociedade
Uma dor de parto da
qual todos olham a criança
E gostariam que fossem
iguais.
Crianças uniformes,
crianças não disformes.
Seguindo uma linha
tênue
O que sempre chamamos –
ou achamos por contemporâneo
É sempre o momento do
não saber exatamente o que é isso,
É quando dentro de um
quarto escuro o tempo de olhos abertos
Vai revelando a nós
cada canto, cada cômodo, cada item daquele momento.
É um não-saber, se
baseando nas linhas limítrofes
Nas separações, nas
formulações, na conceitualização
Do que não se
conceitualiza estaticamente: a literatura!
Será que a sociedade
que se diz tão moderna
Ainda me recriminará
pelo lixo que vejo arte?
Pela fera que vejo
bela? Pela parte em que vejo um todo?
Pela tinta, pelo lápis,
pelo eu sempre chamo de arte?
Estética, estilo,
estilística, escrita, forma de violão...
Se prefiro curvas da
Estrada Santos
Ou se prefiro as
buraqueiras do meu subúrbio
Se vou de alto ao
baixo...
Acaso não há estilo e
conteúdo?
A Lei Áurea quebrou
grilhões da escravidão
E pôs os negros em
outras gaiolas.
Prisão é prisão!
A literatura foi
liberta de preconceitos
Mas foi posta em
moldes, da qual queremos libertar
Aqui, prisão também é
prisão!
Por isso, cada dia que
abrimos os olhos
E vemos que nem o
nascer do sol é igual
Dá-nos a certeza de que
Somos seres plurais,
Somos o livro que se
abre ao mundo
Que a tinta se pôs a
escrever
Que alma se pôr a ler.
Adriano Souza
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