Tenho certeza que você vai começar a ler esse texto
por aqui, mas algum escritor famoso (não me lembro quem) escreveu em algum
lugar (não me lembro onde) que não existe começo. Isso foi só um jeito que o
homem criou para dar início as coisas como se fosse um pedaço do tempo...
Quando se pensa em início, meio e fim. É como mudar o curso de um rio para dar
a ele um “novo começo”. Portanto o começo desse texto se inicia agora, algumas
linhas depois. Mas na verdade você pode começar a ler por onde quiser, como
quiser e quando quiser (isso também foi um escritor famoso que disse) Mudando
de assunto, preciso apresentar nesse papel o que entendo por contemporâneo, suceder
aqui, uma séria de palavras que façam sentido e cheguem em uma finalidade
acadêmica. Sem mais delongas, contemporâneo é tudo aquilo que está no tempo que
não é seu tempo. É simples.
Vamos analisar cantores contemporâneos como Amy
Winehouse. Amy sentia que nenhuma das músicas de seu tempo a representavam,
nada que ela gostasse de ouvir, então Amy criou seu estilo musical totalmente
“novo”. Era como ir de contra a tudo que estava sendo produzido e todos os
cantores que estavam se lançando. Sabe Lady Gaga? Surgiu com um estilo musical
eletrônico. Usava latinhas de cerveja como bob de cabelo e tinha um vestido de
carne. Não me lembro de ninguém que fazia algo parecido naquela época. Quando
questionada, Lady Gaga afirmou se sentir deslocada na chamada cultura POP.
Nunca soubemos ao certo o que de fato caracteriza a indústria do POP music, mas
depois que Lady Gaga foi apresentada ao mundo, uma cisão na produção de
entretenimento havia sido aberta. Artistas buscavam mais e mais por algo novo e
diferente. Porem ser contemporâneo não significa fazer algo novo, isso se chama
mudança. Ser contemporâneo é simplesmente lançar um novo olhar a um tempo (espaço)
que não parece ser o seu. Agamben afirma que cada pessoa possui o seu “contemporâneo”,
ou seja, cada um desenvolve (ou não) o seu contemporâneo em seu tempo
particular.
E dentro da literatura, como se desenvolve o
contemporâneo? Acredito que quando um autor se arrisca em produzir algo
diferente, escrever sobre temas utópicos ou até mesmo refazer algo canônico
para que tenha uma nova roupagem. Pedro Gabriel, escritor brasileiro, publicou
três livros de poesias, ambos escritos em pedaços de guardanapo durante um
chope e outro na mesa do bar. Em sua escrita, ele brinca com a língua
portuguesa e mistura sentimentos ortográficos.
Você já tocou
o mar, Antônio? Parece uma imensa página líquida. Onde, imediatamente, tudo se
apaga. Onde, definitivamente, nada é permanente. Os poetas mais ousados já
abandonaram o papel faz tempo. Agora, usam o curso das águas para reviver suas
angústias. Eu me chamo Antônio, mas poderia me chamar Esperança. Eu me chamo
Antônio, mas poderia me chamar Ausência. Eu me chamo Antônio, mas poderia me
chamar Saudade. Coragem. Amor. Distância. Qualquer sentimento que tenha a força
para libertar minha poesia. Quem contempla o espaço tenta, na verdade, decifrar
um poema que ainda não existe. Um poema que ainda espera a sua imaginação para
poder realmente existir. Um poema que ainda espera os seus olhos para poder ser
lido. Um poema que ainda espera as suas mãos para poder ser escrito. Escrever
nada mais é do que juntar estrelas. É preciso mudar a nossa forma de enxergar o
mundo. É preciso encarar o céu com a certeza de que cada estrela é uma palavra
dentro de um imenso dicionário invisível ao olho humano.
Aqui eu dei o
nome de fim.
Nathan Queiroz Santos
Nenhum comentário:
Postar um comentário