O que se envolve em mim agora:
O não-saber
Não-saber antigo, vívido e vivido em mente e à cores desde
os
Anos iniciais de vida
Em uma outra abordagem:
O não-saber me causa angústia, dor, sofrimento e tudo de
ruim que seja possível imaginar; todos os tipos de desconfortos de vida: meu
corpo só queria se esquivar de tanto sentir...
O reconhecimento do não-saber:
Meu esquecimento precoce ou inexistente
Pupilas falhas, calejadas de tantas amarras
A dor de ver outro(s), não só de ver... de estar também
E sobreviver e resistir e lutar e treinar você mesma num
exercício constante, doloroso, mas constante, que nem o não-saber.
Não-saber que me move, me abraça, dolorosamente,
inconstante, inesperado:
Sinto o baque, esgarço, me esvaio, e saio, parto pra um
lugar confortável que eu mesma não saiba.
Mas eu vejo
Que o meu não-saber
[o que chamo de
não-saber
Me (des)constrói, me corrói
E isso me deixa estupidamente feliz
O não-saber de agora não é o não-saber de ontem, talvez
reciclável.
Cely Pereira
Cely Pereira
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