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Pulou para fora do aquário
Rastejou-se no carpete
Procurou um mar imaginário
Sem que ninguém soubesse.
Rolou da escada
Querendo alcançar a rua
Chegou até a escada
Saiu embaixo da chuva.
Seguiu pegadas
Deixou vestígios
Descamou-se em estradas
De delírio.
Atravessou pistas
Chafurdou na lama
Prejudicou as vistas
Machucou as barbatanas.
Mergulhou em poças
Refugiou-se no cais do porto
Esbarrou em louças
Sem nenhum conforto.
Buscou um barraco
Um pedaço de vitrine
Uma peça de teatro
Um roteiro de filme.
Um conto
Uma canção
Ficou sem ponto
Sem noção.
Nada encontrou
Nem mesmo um tema
Só se encaixou
Neste poema.
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Marcio Rufino
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Marcio Rufino nasceu em São João de Meriti e mora em Belford Roxo. Lançou o livro de poemas Doces Versos da Paixão (Ed. Lítteris, 1998). Em 2008, fundou com Ivone Iandim, Dida Nascmento, Jorge Medeiros e outros poetas da baixada fluminense o grupo "Pó de Poesia". Participa também do "Gambiarra Profana", outro grupo da região.
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2 comentários:
belo poema. bonito e triste. dois elementos perfeitos de uma insólita beleza.
excelente rufino. claro e vertiginoso. adelente, aquilante !
chacal
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